No século XVI, uma comunidade
judaica de Praga, sentia-se ameaçada e teve a necessidade de inventar um golem.
Um golem era uma personagem monstruosa, saída da lama, a quem foram dadas
formas humanas, ainda que algo exageradas. Obviamente este golem era fictício.
O golem era apenas algo que funcionava como uma defesa para esta comunidade,
uma espécie de protecção em relação às perseguições de que eram alvos.
Hoje em dia, no nosso País, as
áreas da Cultura e das Artes estão a ser muito afectadas pelos cortes exercidos
pelo Governo. Cortes esses que levam muitas vezes à extinção de instituições
famosas pelo grande benefício que dão a estas áreas. As Artes e a Cultura estão
quase em vias de extinção. Ainda não estão, porque hão-de haver sempre pessoas
interessadas e dedicadas a este mundo, que farão tudo para que nada termine da
pior forma. É triste termos que assistir a tanta “monstruosidade” praticada por
quem está acima de nós. Se calhar devíamos responder com uma outra
“monstruosidade”… se calhar precisávamos do nosso próprio golem.