sábado, 23 de novembro de 2013

A Geração dos Smartphones

Atualmente estamos rodeados por uma praga de smartphones. São sem dúvida uma praga, estão por toda a parte; uns pequenos aparelhos, aparentemente muito simples, mas, na verdade, no seu interior está um imenso mundo virtual que tem uma grande influência sobre todos nós.
Qualquer um de nós olha em volta e vê alguém com um destes telemóveis. Qualquer um de nós conhece alguém que tenha um telemóvel destes, aliás, a maioria de nós tem um smartphone. Android ou IOS, não interessa. Estes sistemas têm um poder assoberbante sobre as nossas vidas. Conseguem arrancar-nos do mundo real e levar-nos para um mundo que nos abre portas para qualquer coisa que queiramos saber, ver ou fazer. É um mundo infinito, que está à nossa disposição. É um mundo que nos atrai e que nos leva a segui-lo todos os dias, todas as horas.
Notificações do facebook ou do instagram; um e mail ou uma mensagem; uma chamada perdida ou uma chamada por fazer. Pequenas ações que nos fazem carregar num botão e começar a divagar. Estes pequenos movimentos são tão simples e viciantes que, certo dia, nos vemos a olhar constantemente para o telefone, a não conseguirmos sair de casa sem ele, a ficarmos ansiosos por algum som ou luz vindos daquele aparelho. Ficamos viciados neste “pequeno” mundo, algo a que já se deu o nome de- Nomofobia-, ou seja, a nossa dependência dos smartphones. Esta dependência relaciona-se com a seguinte expressão de Marx “O trabalhador põe a sua vida no objeto; porém, ela agora já não lhe pertence a ele, mas ao objeto”, ou seja, ao darmos demasiada atenção ao nosso telefone, este torna-se numa esponja que nos absorve e que, por isso, nos torna dependentes dele. A nossa vida acaba por ser gerida pelo nosso telemóvel, pois este ganha um grande poder sobre as nossas ações. Marx diz ainda “Com a valorização do mundo das coisas aumenta em proporção direta a desvalorização do mundo dos Homens”, ou seja, as pessoas acabam por sobrevalorizar o telemóvel, algo material, deixando as relações interpessoais para segundo plano.
Isto é algo normal na sociedade atual e é verdade que os smartphones têm as suas vantagens, mas será que vale a pena ficar vidrado neste mundo material, neste objeto que é meramente superficial? Será que damos o devido valor aos telemóveis ou realmente exageramos na sua utilização? Será que durante um almoço com amigos, vale a pena estarmos a tirar fotografias à nossa salada César e partilhá-la nas redes sociais, em vez de conversarmos e respondermos à pessoa que está ao nosso lado? Vale a pena tudo isto?