segunda-feira, 25 de novembro de 2013

Tatuagens e Saussure?




  Poderá o acto de tatuar o corpo, marcar o corpo, estar ligado com a alteração de uma imagem, mudando o seu significado? Pois bem, ao tatuar uma imagem, como por exemplo uma flor, cada pessoa poderá associa-la a diferentes simbologias, a diferentes significados.  A necessidade de marcar algo na nossa pele, muitas vezes como memoria, ou por um simples gosto pessoal, faz com que mudemos o sentido de uma imagem (ou significante) mudando assim a sua simbologia, atribuindo-lhe um novo “símbolo”.  Este símbolo, como para Saussure, maioritariamente, não é completamente arbitrário, não é vazio, também nele, há um “rudimento de ligação natural entre o significante e o significado”. Podemos assim dizer, que ao tatuar uma determinada imagem, voltando ao exemplo de uma flor, tornamo-la num símbolo de algo mais, dando-lhe outro significado alem dos que já possui a priori, dando-lhe um significado pessoal.

  Também dependendo do sitio em que nos encontramos, da nossa cultura, podemos assistir a “repetições” do mesmo símbolo tatuado, como as famosas tribais, celtas ou maoris, ou até mesmo as típicas carpas koi , que adquirem um significado muito próprio inseridas na cultura em que nasceram, tornando-se um símbolo da própria cultura.  As chamadas tatuagens “old school”, que se popularizaram após a segunda guerra, remetem-nos imediatamente para historias de marinheiros, e para um símbolo de bravura, personalidade e uma certa “rebeldia”, possuem também, significados muito claros desde então e ainda hoje são usadas como símbolos. São, também reconhecíveis de todos, as chamadas “tatuagens de guerra”, que usualmente descrevem o ano e o sitio onde a pessoa, militar, esteve em guerra, estas também, com um significado e símbolo muito explicito, uma memoria de guerra.

  Em suma, poderemos dizer que cada símbolo (tatuagem) pode ter vários significados, consoante a cultura, contexto e experiencia em que está inserido ou associado, e, assim sendo, cada um pode atribuir um significado “pessoal” a um símbolo.