Poderá o acto de tatuar o corpo, marcar
o corpo, estar ligado com a alteração de uma imagem, mudando o seu significado?
Pois bem, ao tatuar uma imagem, como por exemplo uma flor, cada pessoa poderá
associa-la a diferentes simbologias, a diferentes significados. A necessidade de marcar algo na nossa
pele, muitas vezes como memoria, ou por um simples gosto pessoal, faz com que
mudemos o sentido de uma imagem (ou significante) mudando assim a sua
simbologia, atribuindo-lhe um novo “símbolo”. Este símbolo, como para Saussure, maioritariamente, não é
completamente arbitrário, não é vazio, também nele, há um “rudimento de ligação
natural entre o significante e o significado”. Podemos assim dizer, que ao
tatuar uma determinada imagem, voltando ao exemplo de uma flor, tornamo-la num
símbolo de algo mais, dando-lhe outro significado alem dos que já possui a
priori, dando-lhe um significado pessoal.
Também dependendo do sitio em que nos
encontramos, da nossa cultura, podemos assistir a “repetições” do mesmo símbolo
tatuado, como as famosas tribais, celtas ou maoris, ou até mesmo as típicas carpas
koi , que adquirem um significado muito próprio inseridas na cultura em que
nasceram, tornando-se um símbolo da própria cultura. As chamadas tatuagens “old school”, que se popularizaram após
a segunda guerra, remetem-nos imediatamente para historias de marinheiros, e
para um símbolo de bravura, personalidade e uma certa “rebeldia”, possuem
também, significados muito claros desde então e ainda hoje são usadas como
símbolos. São, também reconhecíveis de todos, as chamadas “tatuagens de
guerra”, que usualmente descrevem o ano e o sitio onde a pessoa, militar,
esteve em guerra, estas também, com um significado e símbolo muito explicito,
uma memoria de guerra.
Em suma, poderemos dizer que cada
símbolo (tatuagem) pode ter vários significados, consoante a cultura, contexto
e experiencia em que está inserido ou associado, e, assim sendo, cada um pode
atribuir um significado “pessoal” a um símbolo.