Marx, Althusser e Fiske, entre outros, reúnem teorias ideológicas para tentar desvendar o comportamento humano em relação à venda e posse de mercadorias.
Na obra “Marx, Freud e a Critica da vida Quotidiana” vemos uma enorme relação com os textos de referência como na obra “A industria cultural” de Adorno e Horkheimer, “Introdução ao Estudo da Comunicação” de John Fiske, referências à “Sociedade de Consumo de Baulliard” entre outros.
Enuncia que as pessoas se comportam segundo o ideal de “manada”, ou seja a vontade de possuir o que toda a gente tem, e fazer igual porque todos o fazem e ainda apelando às emoções do comprador levando-o a desejar algo de que não precisa. Baseando os seus princípios nestas ideias, assume as pessoas como seres irracionais. Temos o exemplo da revolução que se deu quando as mulheres começaram a fumar, com a campanha publicitaria que foi da sua autoria, levando-as a querer assumir um papel de poder sobre o homem, apelando ao sentido ideológico do cigarro em termos simbólicos da mente, um símbolo de independência e vontade livre.
Um dos temas debatidos na Indústria Cultural é “A publicidade, a mentira que parece mais verdade que a vida estupidamente monótona. Ideologia”
Marx enuncia “á primeira vista , uma mercadoria parece uma coisa evidente, trivial. A sua análise mostra que é uma coisa retorcida, cheia de subtileza metafísica e extravagância teológica”.
Como já referi, Adorno e Hornkheinmer concordam, que a publicidade vende-nos a ilusão de um mundo desejável; faz-nos acreditar que o podemos ter se o comprarmos, e ao comprarmos criamos a ilusão de que o nosso mundo melhora. Durante os cinco segundos a novidade paira na nossa vida. Quando se torna nosso, quando pertence ao nosso mundo esse objecto já não é mais extraordinário e já surge o desejo de comprar outro.
O mundo já fez publicidades elementares, cheia de relações controversas, mas hoje em dia já vale tudo. Já vale vender emoções, esperanças até a publicidade enganosa; numa sociedade que se auto destrói em função do capitalismo e do favorecimento da minoria forte que domina a classe trabalhadora, já vale de tudo para a manipulação surtir o consumismo desejado.
Fiske no seu estudo de ideologias enuncia princípios como comodificação que explica quando enuncia“ o capitalismo é um sistema que, mais do que qualquer outro, produz comodidades. Por isso, fazer com que essas comodidades pareçam naturais está no âmago de muita pratica ideológica”.
Um exemplo de como a manipulação nos circunda e se serve destes princípios, começa nos centros comerciais, em que os artigos dispostos nos expositores foram criteriosamente estudados de forma a que os mais caros incidam sobre o nosso nível de visão, e os mais baratos se encontrem em locais menos acessíveis, como se a comodidade de agarrar o primeiro objecto fosse o suficiente independentemente do preço dele. Bem como a junção de elementos alimentares que geralmente se comem acompanhados e que se encontram expostos nos super mercados. Exemplo disso são as batatas fritas que muitas vezes têm ao lado molhos ou bebidas, levando o comprador a associar às batatas um molho, e por sua vez devido ao excesso de sal que têm, a uma bebida, que se tornam apelativos por estarem imediatamente à sua frente, e o relembram, criando um desejo que à partida não tinha.
A ideia de consciência leva-nos a pensar: quão cientes estamos dos mecanismos a que somos submetidos por esta sociedade capitalista de domínio de massas.
Joana Guarda 6909