Porque é que a sociedade, nos dias de hoje, valoriza alguém pela aparência e não pelo mérito? As roupas, adereços e festas são enfatizadas em vez do trabalho, esforço e dedicação. Os holofotes iluminam o fluorescente em vez de emprestar a sua luz ao que realmente merece brilhar.
Sentei-me numa esplanada, fechei os olhos e limitei-me a ouvir as conversas dos
que me rodeiam (eu sei que é impróprio mas vamos interpretar esta minha atitude
como uma experiência social). Casa dos Segredos, Barbara Guimarães e Manuel Maria Carrilho, a festa deste que é amigo daquela… A discussão destes tópicos urgia,
as bocas trabalhavam rápido interrompendo-se umas às outras, rindo, comentando.
Dou por mim a perguntar porque é que assuntos como a Cultura, a Arte
ou o Empreendedorismo não são discutidos com tanto empenho? Porque é que não ouço pessoas a
recomendar o livro que acabaram de ler (sem ser o Deliciosa Cristina esse grande bestseller nacional da tão adorada Cristina
Ferreira)?
Na
minha opinião devíamos reflectir na frase de Voltaire “O esplendor da relva só pode mesmo ser percebido pelo poeta. Os
outros pisam-na”, tentar ser mais poetas, preservar o
relvado do nosso jardim e não andarmos constantemente a regar as ervas
daninhas.