“Aquilo em que julgamos acreditar, na verdade,
não tem consequências. A única coisa que tem consequências é aquilo que fazemos.”
John Ruskin*
Existe uma
grande arbitrariedade do signo de qualquer imagem que possamos observar e
interpretar. Focaremos então, essa interpretação na relação da credibilidade
(sentimento de verdade e, portanto, noção de verdadeiro) e a crença (que resulta de impressões de verosimilhança).
Marx
defende que uma consciência verdadeira depende de condições naturais da vida,
ou seja, não se pode afirmar que algo não é verdadeiro, ou seja, é distorcido:
é falso. Esta ideologia da “falsa consciência” remete-nos para o sentimento de
verdade (credibilidade), onde não podemos deixar de falar do “materialismo
dialético”: qualquer relação que tenhamos com a realidade é distorcida, aquilo
que aparenta tão óbvio é o que mais esconde, não é real (crença).
Segundo
esta perspetiva, verificamos que existe uma espécie de ligação necessária entre
a credibilidade com experiência pessoal e estética. Ao mesmo tempo, como que deixamos
de acreditar de forma limitada e por isso temos tendência para acreditar na imagem e não
na sua representação.
Se
identificarmos os dois pontos por programas televisivos, para maior
compreensão, distribuiríamos, assim, a ideia de “crença” para, por exemplo, o
jornal da noite e “credibilidade” para programas do género “casa dos segredos.
Temos vindo
a verificar uma maior adesão a este último tópico, pois a função da imagem já
não é a de imitar nem fingir ser algo, mas sim, sermos Nós o próprio
mundo. A mensagem por detrás de uma qualquer imagem vai ao encontro das nossas
expetativas/experiências e produz instruções de leitura, que por sua vez,
regulamos inconscientemente com as nossas próprias instruções e, por sua vez
pela sua/nossa intrínseca interpretação.
Concluindo, a imagem não deve ser interpretada por aquilo que
não representa, nem boa nem má, mas sim como um conjunto de signos,
elaboradamente substituída, distorcida, relativa e culturalmente contextualizada.
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In: Hunter, James C.. O
Monge e o Executivo: Uma História sobre a Essência da Liderança. 1ª Edição.
Editorial Presença. Portugal. 2013. (pag.
161).