domingo, 24 de novembro de 2013

A imagem: credibilidade/crença


“Aquilo em que julgamos acreditar, na verdade, não tem consequências. A única coisa que tem consequências é aquilo que fazemos.”
                                                                 John Ruskin* 
Existe uma grande arbitrariedade do signo de qualquer imagem que possamos observar e interpretar. Focaremos então, essa interpretação na relação da credibilidade (sentimento de verdade e, portanto, noção de verdadeiro) e a crença  (que resulta de impressões de verosimilhança).
Marx defende que uma consciência verdadeira depende de condições naturais da vida, ou seja, não se pode afirmar que algo não é verdadeiro, ou seja, é distorcido: é falso. Esta ideologia da “falsa consciência” remete-nos para o sentimento de verdade (credibilidade), onde não podemos deixar de falar do “materialismo dialético”: qualquer relação que tenhamos com a realidade é distorcida, aquilo que aparenta tão óbvio é o que mais esconde, não é real (crença).
Segundo esta perspetiva, verificamos que existe uma espécie de ligação necessária entre a credibilidade com experiência pessoal e estética. Ao mesmo tempo, como que deixamos de acreditar de forma limitada e por isso  temos tendência para acreditar na imagem e não na sua representação.
Se identificarmos os dois pontos por programas televisivos, para maior compreensão, distribuiríamos, assim, a ideia de “crença” para, por exemplo, o jornal da noite e “credibilidade” para programas do género “casa dos segredos.
Temos vindo a verificar uma maior adesão a este último tópico, pois a função da imagem já não é a de imitar nem fingir ser algo, mas sim, sermos Nós o próprio mundo. A mensagem por detrás de uma qualquer imagem vai ao encontro das nossas expetativas/experiências e produz instruções de leitura, que por sua vez, regulamos inconscientemente com as nossas próprias instruções e, por sua vez pela sua/nossa intrínseca interpretação.
Concluindo, a imagem não deve ser interpretada por aquilo que não representa, nem boa nem má, mas sim como um conjunto de signos, elaboradamente substituída, distorcida, relativa e culturalmente contextualizada.


·          In: Hunter, James C..  O Monge e o Executivo: Uma História sobre a Essência da Liderança. 1ª Edição. Editorial Presença. Portugal. 2013. (pag. 161).