O
aparecimento da fotografia trouxe consigo não só uma nova forma de arte, mas simultaneamente
uma nova forma de ver a arte. Walter Benjamin explora em “A obra de arte na era
da reprodutibilidade técnica” os efeitos desta reprodutibilidade sobre a arte, apontando
a possibilidade de reprodução e a proximidade criadas pela fotografia entre o
objeto fotografado e o observador do retrato como quebras com os conceitos de
unicidade, autenticidade, o “aqui e agora” até então característico de qualquer
obra de arte, espaço…
Atualmente
é possível afirmar que esta inicial proximidade conseguida pela fotografia entre
obras de arte (ou qualquer objeto, lugar…) e o público foi sem dúvida
dinamizada através da internet. A “distância de um click” permite a qualquer
pessoa “viajar” para os mais longínquos locais, observar diferentes obras de
arte, ou seja, estar em todo e qualquer lugar sem sequer sair do mesmo local.
Apesar
dos benefícios que se possam tirar desta proximidade, visto fazer chegar a um
público mais abrangente e de forma rápida peças que só seriam contempladas na
visita ao seu local de exposição, o conhecimento tirado desta contemplação é
apenas um conhecimento virtual, possível. A experiência direta não pode ser
substituída pela representação do objeto. O desejo de ultrapassar a condição humana, vencer limites através da reprodutibilidade técnica de obras de arte e não só, apresenta-se certamente como uma forma de progressão na medida em que permite um contato aparente com diferentes peças. Porém a experiência e contato direto com diferentes obras de arte, o carater único, autêntico, o “aqui e agora” de cada peça só poderá ser contemplado no encontro direto com cada peça, estando a fotografia, a internet ou qualquer outro meio dinamizador de informação incapazes de superar.