sábado, 23 de novembro de 2013

Reprodutibilidade Técnica

Segundo Walter Benjamin, no texto A Obra de Arte na Era da Reprodutibilidade Técnica, “a obra de arte sempre foi reprodutível”: tudo que os homens têm feito pode ser copiado por outros homens. A reprodução técnica fez com que a obra de arte reproduzida se tornasse independente da obra de arte original, permitindo transportá-la mais facilmente e colocá-la em diversos locais, de modo a poder ser tocada e observada mais pormenorizadamente, aproximando o espectador da obra, ganhando valor de exposição mas perdendo o seu valor de culto.
Com a Era da reprodutibilidade técnica, surgem várias questões que põem em causa os valores artísticos da fotografia, pois esta perde os valores de culto e extingue a aparência de arte autónoma. A existência de uma multiplicidade de cópias sem original, como é o caso da fotografia, muda as percepções e permite novas possibilidades de experiência, mesmo que sem consciência. Será então a fotografia realmente uma arte? A resposta a esta pergunta não é algo directo, uma vez que a fotografia alterou o carácter global da arte.
A pintura, por exemplo, representa uma obra de arte, que mesmo que seja copiada, vai ser sempre possível identificar qual é a original. Contrariamente, a fotografia é uma obra da era da reprodução técnica, da qual não é possível identificar um original ou cópia, uma vez que de uma chapa fotográfica é possível tirar um grande número de cópias, não fazendo sentido a interrogação sobre qual será a autêntica.
O facto da fotografia poder ser vista em inúmeros locais e por um público mais abrangente do que a pintura faz com que a reprodutibilidade técnica seja vista como um aspecto positivo. Por outro lado, a reprodução excessiva da obra, que a torna acessível a toda a gente, faz com que o seu valor de exclusividade e autenticidade se perca, assim como a história e a tradição da obra original.