terça-feira, 19 de novembro de 2013

A morte não é nada para nós

A morte não é nada para nós porque, enquanto nós existimos, a morte não existe e quando está presente, nós estamos ausentes (Epícuro, filósofo grego)


Alienada com o vasto mercado, o ideal da nossa sociedade é o conforto, a diversão, a distracção.
A preocupação da bateria do nosso telemóvel ou tablet “morrer” passa-nos mais vezes pela cabeça do que as consequências de uma má decisão no nosso dia-a-dia (na condução, nas saídas à noite, numa acção radical, etc...). Houve um afastamento progressivo do nosso core, que certamente se fez acompanhar pela tecnologia , visto que no tempo de Marx este já tinha criticado o materialismo, que nos fez distrair da ideia que tudo o que nos rodeia tem um fim.
Contudo, esta distração não é novidade.
A arte enquanto agente de reorientação e reflexão, procurava relembrar nas Vanitas, que tudo é efémero, tudo é transitório. Hoje, a arte, procura ser ainda mais dramática que essas pinturas porque os tempos são outros e há uma necessidade de reinvenção virada para os problemas da sociedade actual.


Leen Cox and Jp Scheen, A.F Vandervorst installation, Arnhem Mode Biennale, 2011



É através de performances, happenings ou instalações como esta que os artistas procuram alertar para esta questão de uma maneira a que lhes prestem atenção e vejam, não olhem; pois parece que a morte só acontece se ela acontecer perto de nós...