A morte não é nada
para nós porque, enquanto nós existimos, a morte não existe e
quando está presente, nós estamos ausentes (Epícuro, filósofo
grego)
Alienada com o vasto
mercado, o ideal da nossa sociedade é o conforto, a diversão, a
distracção.
A preocupação da bateria do nosso telemóvel ou tablet “morrer”
passa-nos mais vezes pela cabeça do que as consequências de uma má
decisão no nosso dia-a-dia (na condução, nas saídas à noite,
numa acção radical, etc...). Houve um afastamento progressivo do
nosso core, que certamente se fez acompanhar pela tecnologia ,
visto que no tempo de Marx este já tinha criticado o materialismo,
que nos fez distrair da ideia que tudo o que nos rodeia tem um fim.
Contudo, esta distração não é novidade.
A arte enquanto agente de reorientação e reflexão, procurava
relembrar nas Vanitas, que tudo é efémero, tudo é
transitório. Hoje, a arte, procura ser ainda mais dramática que
essas pinturas porque os tempos são outros e há uma necessidade de
reinvenção virada para os problemas da sociedade actual.
Leen
Cox and Jp Scheen, A.F Vandervorst installation, Arnhem Mode
Biennale, 2011
É através de performances, happenings ou instalações como
esta que os artistas procuram alertar para esta questão de
uma maneira a que lhes prestem atenção e vejam, não olhem; pois
parece que a morte só acontece se ela acontecer perto de nós...