quinta-feira, 21 de novembro de 2013

Alienação - Homem enquanto objecto

A alienação é quando o sujeito é privado de algo que lhe é próprio ou perde a sua identidade individual numa situação global de falta de autoridade.

Karl Marx, em «O Trabalho Alienado» refere que “o homem (o trabalhador) só se sente livremente activo nas suas funções animais – comer, beber e procriar, quando muito, na habitação, no adorno, etc”. Sendo, assim, o homem enquanto trabalhador apenas se sente livre na sua forma mais animal, passando o humano a animal. Pois, o resto torna o objecto, isto é o seu trabalho leva-o à extrema objectivação e por consequente à alienação.

A alienação na actividade prática humana é o trabalho. O trabalhador deixa de possuir o que produz, afastando-se desses mesmos objectos. Estes últimos transformam-se em mercadorias, que ficam fora de alcance de quem as produz.

Um exemplo desta desvalorização do objecto por parte de quem o produz, devido ao afastamento, é a indústria do calçado português. Isto é, o trabalhador português que produz os sapatos não tem capacidade económica para possuir o que produz. Até porque esta mercadoria é habitualmente para exportação e o seu valor é elevado. 
O trabalhador sobrevive da sua produção, dos objectos que produz e que se transformam em mercadoria, esta é trocada por capital e este é o meio que permite o homem sobreviver. Este não tem forma de possuir produtos fora do seu poder económico (no exemplo dado, o trabalhador não consegue possuir o calçado que produz).