A alienação é quando o sujeito é privado de algo que lhe é
próprio ou perde a sua identidade individual numa situação global de falta de
autoridade.
Karl Marx, em «O Trabalho Alienado» refere que “o homem (o
trabalhador) só se sente livremente activo nas suas funções animais – comer,
beber e procriar, quando muito, na habitação, no adorno, etc”. Sendo, assim, o
homem enquanto trabalhador apenas se sente livre na sua forma mais animal,
passando o humano a animal. Pois, o resto torna o objecto, isto é o seu
trabalho leva-o à extrema objectivação e por consequente à alienação.
A alienação na actividade prática humana é o trabalho. O
trabalhador deixa de possuir o que produz, afastando-se desses mesmos objectos.
Estes últimos transformam-se em mercadorias, que ficam fora de alcance de quem
as produz.
Um exemplo desta desvalorização do objecto por parte de quem
o produz, devido ao afastamento, é a indústria do calçado português. Isto é, o
trabalhador português que produz os sapatos não tem capacidade económica para
possuir o que produz. Até porque esta mercadoria é habitualmente para
exportação e o seu valor é elevado.
O trabalhador sobrevive da sua produção, dos objectos
que produz e que se transformam em mercadoria, esta é trocada por capital e
este é o meio que permite o homem sobreviver. Este não tem forma de possuir
produtos fora do seu poder económico (no exemplo dado, o trabalhador não
consegue possuir o calçado que produz).