Roland Barthes (1915-1980) foi um escritor,
sociólogo, crítico literário e professor de retórica clássica da Universidade
de Sorbornne em Paris.
Interessou-se pelos estudos da linguística de
Ferdinand Saussure, nomeadamente pelos textos e pela proposta que apresenta
sobre a aplicação dos seus princípios a todos os objectos do mundo social que
ele designa como semiologia.
Em 1955 surge em França o automóvel de marca Citroen,
batizado com o nome Citroen DS. É o seu aparecimento que serve de inspiração a
uma das suas crónicas, com o título “O novo Citroen”. Faz parte do
livro “Mitologias”, compilação de várias narrativas que escreveu, publicado em
1957. O Citroen DS (em francês “deésse” tem o significado de “deusa”) era um
veículo considerado revolucionário e muito à frente do seu tempo, mercê de
várias inovações tecnológicas, tais como a suspensão hidropneumática, tração à
frente, travões de disco, vidros curvos panorâmicos, linhas aerodinâmicas, entre outras, que no conjunto
proporcionavam um maior conforto e segurança.
A França encontrava-se em recuperação das duas
guerras mundiais, as quais lhe infligiram grande destruição e sofrimento. Para além
disso estava envolvida em vários conflitos de descolonização, em diversos pontos
do mundo, como a Argélia, Costa do Marfim, Indochina, etc. Por esta razão, este
automóvel correspondeu a uma afirmação e a um reencontro consigo própria.
O Citroen DS foi fabricado até ao ano de 1975. Em
Portugal foi conhecido como o “boca de sapo”. Recentemente a marca editou um
novo Citroen DS, com um design totalmente diferente, apresentado em Março de
2009 no Salão Automóvel de Genebra. Foram lançados no mercado nos modelos DS3,
DS4 e DS5. A marca comemorou nesse ano 90 anos de existência.