domingo, 29 de dezembro de 2013

A propósito de “O Novo Citroën” de Roland Barthes



Roland Barthes (1915-1980) foi um escritor, sociólogo, crítico literário e professor de retórica clássica da Universidade de Sorbornne em Paris.
Interessou-se pelos estudos da linguística de Ferdinand Saussure, nomeadamente pelos textos e pela proposta que apresenta sobre a aplicação dos seus princípios a todos os objectos do mundo social que ele designa como semiologia.

Em 1955 surge em França o automóvel de marca Citroen, batizado com o nome Citroen DS. É o seu aparecimento que serve de inspiração a uma das suas crónicas, com o título “O novo Citroen”. Faz parte do livro “Mitologias”, compilação de várias narrativas que escreveu, publicado em 1957. O Citroen DS (em francês “deésse” tem o significado de “deusa”) era um veículo considerado revolucionário e muito à frente do seu tempo, mercê de várias inovações tecnológicas, tais como a suspensão hidropneumática, tração à frente, travões de disco, vidros curvos panorâmicos, linhas aerodinâmicas, entre outras, que no conjunto proporcionavam um maior conforto e segurança.

A França encontrava-se em recuperação das duas guerras mundiais, as quais lhe infligiram grande destruição e sofrimento. Para além disso estava envolvida em vários conflitos de descolonização, em diversos pontos do mundo, como a Argélia, Costa do Marfim, Indochina, etc. Por esta razão, este automóvel correspondeu a uma afirmação e a um reencontro consigo própria.

O Citroen DS foi fabricado até ao ano de 1975. Em Portugal foi conhecido como o “boca de sapo”. Recentemente a marca editou um novo Citroen DS, com um design totalmente diferente, apresentado em Março de 2009 no Salão Automóvel de Genebra. Foram lançados no mercado nos modelos DS3, DS4 e DS5. A marca comemorou nesse ano 90 anos de existência.