sexta-feira, 27 de dezembro de 2013

falsas necessidades


Um tema que me atormenta bastante na sociedade em que vivemos é a falsa necessidade de comprar coisas, dizer que temos isto e aquilo, como se isso nos fizesse melhor que os outros. Na minha perspectiva, estamos perante uma sociedade que vive de aparências.

A principal responsável por este facto, é a Indústria Cultural que determina o consumo, cujo objectivo é o consumo em massa. Mesmo sem querermos somos quase que obrigados a seguir o ritmo do consumo, porque a sociedade evolui sobre os objectos, e não sobre as pessoas. E se não acompanhamos esse avanço acabamos por não conseguir viver com os objectos que nos rodeiam.
A indústria cultural, age de forma escrupulosa manipulando a mente, e faz com que o indivíduo consuma um produto do qual aparentemente não tem nenhuma necessidade. Tal como Adorno e Horkheimer expõem, o que acontece na sociedade actual é o consumo de determinados produtos apenas para manter um certo ‘estatuto’ que determinado produto pode dar o consumidor, ou seja, uma certa marca associada a um determinado nível económico faz com que o consumidor compre como forma de se sentir incluído dentro daquele padrão social.
“Os produtos da indústria cultural podem ter a certeza de que até mesmo os distraídos vão consumi-los abertamente. Cada qual é um modelo da gigantesca maquinaria económica que, desde o inicio, não dá folga a ninguém,(...)” (Adorno e Horkheimer, 2009)
Independentemente do que fizermos e das defesas que tentarmos arranjar para combater esta indústria, vai sempre haver uma nova técnica de manipular os indivíduos. A indústria cultural tem sempre o controlo sobre o consumidor, está constantemente a despertar-lhe o desejo sobre os seus produtos. Deste modo, para a indústria cultural, os homens são meros produtos, reduzindo-nos a mercadoria. Somos controlados sem nos apercebemos, em função do que as grandes corporações querem, e seguimos as suas ideias/modas contra a nossa vontade. A nossa sociedade caracteriza-se por ser uma sociedade de consumo, onde para sobreviver temos que consumir, não bens essenciais como seria de esperar, mas produtos que nos adornam.