Um tema que me atormenta bastante na
sociedade em que vivemos é a falsa necessidade de comprar coisas, dizer que
temos isto e aquilo, como se isso nos fizesse melhor que os outros. Na minha
perspectiva, estamos perante uma sociedade que vive de aparências.
A principal responsável por este facto, é a
Indústria Cultural que determina o consumo, cujo objectivo é o consumo em
massa. Mesmo sem querermos somos quase que obrigados a seguir o ritmo do
consumo, porque a sociedade evolui sobre os objectos, e não sobre as pessoas. E
se não acompanhamos esse avanço acabamos por não conseguir viver com os
objectos que nos rodeiam.
A indústria cultural, age de forma
escrupulosa manipulando a mente, e faz com que o indivíduo consuma um produto
do qual aparentemente não tem nenhuma necessidade. Tal como Adorno e
Horkheimer expõem, o que acontece na sociedade actual é o consumo de
determinados produtos apenas para manter um certo ‘estatuto’ que determinado
produto pode dar o consumidor, ou seja, uma certa marca associada a um
determinado nível económico faz com que o consumidor compre como forma de se
sentir incluído dentro daquele padrão social.
“Os produtos da indústria cultural podem ter a certeza de que até mesmo
os distraídos vão consumi-los abertamente. Cada qual é um modelo da gigantesca
maquinaria económica que, desde o inicio, não dá folga a ninguém,(...)” (Adorno e Horkheimer, 2009)
Independentemente do que fizermos e das
defesas que tentarmos arranjar para combater esta indústria, vai sempre haver
uma nova técnica de manipular os indivíduos. A indústria cultural tem sempre o
controlo sobre o consumidor, está constantemente a despertar-lhe o desejo sobre os seus
produtos. Deste modo, para a indústria cultural, os homens são meros produtos,
reduzindo-nos a mercadoria. Somos controlados sem nos apercebemos, em função do que as grandes corporações querem, e seguimos as suas ideias/modas contra a nossa vontade. A nossa sociedade caracteriza-se por ser uma sociedade de consumo, onde para sobreviver temos que consumir, não bens essenciais como seria de esperar, mas produtos que nos adornam.