segunda-feira, 23 de dezembro de 2013

A Consciência


A consciência segundo Marx é “determinada pela sociedade em que nascemos, não pela nossa natureza ou psicologia individual”, assim sendo a nossa consciência não advém da biologia ou da natureza, mas sim do meio onde nos relacionamos com os outros.

Claro que os homens produzem as suas ideias, mas os homens reais (com consciência real) estão sempre condicionados por um determinado meio. Significa isto que a consciência e tudo o que a esta corresponde, nunca tem o poder de ser autónoma, devido à tal dependência pelo meio que se desenvolve. 

“Não é a consciência que determina a vida, mas sim a vida que determina a consciência.” (Karl Marx e Friedrich Engels (1932/1976) – A Ideologia Alemã, vol. I. Lisboa: Presença, pp. 25-26)


Para Marx, a ideologia não era necessária se todos numa sociedade justa e igualitária tivessem “consciência verdadeira”, de si mesmos e das suas relações com os outros. A falta desta leva por consequente à falsa consciência.

Como recentemente é caso no Sudão do Sul (link para a noticia) classes desfavorecidas vêem-se em situações humilhantes e desumanas impostas por “rebeldes” que lutam pelo que dizem ser melhores condições. Estes “rebeldes” são a classe que Marx fala que não tem uma consciência real, ou seja têm uma falsa consciência, pois não vêem o mal que fazem ao seu próprio povo numa luta/guerra que em vez de estar a ajudar as classes mais desfavorecidas está assim a matar centenas de pessoas inocentes. Aqui é visível a falta de ideologia - das normas/ leis que deveriam ser impostas por uma classe dominante e passar a ser aceite pela sociedade. Esta falta de ideologia leva ao caos, pois não existe a consciência da relação de si mesmos e das suas relações com os outros.