A consciência segundo Marx é “determinada pela sociedade em
que nascemos, não pela nossa natureza ou psicologia individual”, assim sendo a
nossa consciência não advém da biologia ou da natureza, mas sim do meio onde
nos relacionamos com os outros.
Claro que os homens produzem as suas ideias, mas os homens
reais (com consciência real) estão sempre condicionados por um determinado
meio. Significa isto que a consciência e tudo o que a esta corresponde, nunca
tem o poder de ser autónoma, devido à tal dependência pelo meio que se
desenvolve.
“Não é a consciência que determina a vida, mas sim a vida que determina a consciência.” (Karl Marx e Friedrich Engels (1932/1976) – A Ideologia Alemã, vol. I. Lisboa: Presença, pp. 25-26)
Para Marx, a ideologia não era necessária se todos numa
sociedade justa e igualitária tivessem “consciência verdadeira”, de si mesmos e
das suas relações com os outros. A falta desta leva por consequente à falsa
consciência.
Como recentemente é caso no Sudão do Sul (link para a noticia) classes desfavorecidas vêem-se em situações humilhantes e desumanas
impostas por “rebeldes” que lutam pelo que dizem ser melhores condições. Estes
“rebeldes” são a classe que Marx fala que não tem uma consciência real, ou seja
têm uma falsa consciência, pois não vêem o mal que fazem ao seu próprio povo
numa luta/guerra que em vez de estar a ajudar as classes mais desfavorecidas
está assim a matar centenas de pessoas inocentes. Aqui é visível a falta de
ideologia - das normas/ leis que deveriam ser impostas por uma classe dominante
e passar a ser aceite pela sociedade. Esta falta de ideologia leva ao caos,
pois não existe a consciência da relação de si mesmos e das suas relações com
os outros.