Cada vez mais vivemos sob um sistema
económico-politico capitalista, o surgimento da sociedade capitalista transformou as manifestações
culturais em produto. Este cenário desencadeou a formação da indústria cultural.
Adorno
e Horkheimer foram os primeiros a introduzir o termo da indústria cultural.
Estes afirmavam que a máquina capitalista de reprodução e distribuição da
cultura estava a apagar aos poucos a arte. Isso acontece porque
o valor crítico das formas artísticas, é anulado por não permitir a
participação intelectual dos seus espectadores, ou seja, estes não têm poder de
decisão. A arte é tratada, simplesmente, como objeto de mercadoria e encoraja
uma visão passiva e acrítica do mundo ao dar ao público apenas o que ele quer,
desencorajando o esforço pessoal. As pessoas procuram apenas o conhecido, o já
experimentado.
Um
forte exemplo de indústria cultural é a publicidade, esta é uma pura
representação do poder social. Os prédios, as ruas e os meios de transporte são
invadidos por cartazes e luzes que anunciam os mais variados produtos,
incentivando o consumo. A paisagem e a arquitetura são completamente esquecidas,
as luzes cintilantes e as cores fortes dos cartazes fazem esquecer a essência
da cidade. Muitas cidades, hoje em dia, já não conseguem viver sem essa
publicidade, ao ponto de os próprios projetos paisagísticos contemplarem suportes
específicos a pensar nas campanhas publicitárias, é o exemplo Times Square em
Nova Iorque, onde as enormes campanhas publicitárias já se tornaram um ícone.
Nesta
época natalícia, o poder que a publicidade tem ganha maior importância, as ruas
enchem-se de pessoas que correm para as lojas, atraídas pelas promoções e pelas
luzes de natal que apelam ao consumo. No Natal, de acordo com a tradição, as
pessoas sentem-se obrigadas a dar prendas aos familiares e amigos, esta ideia
consumista leva muitas pessoas a comprarem prendas aleatoriamente, sem terem em
conta a necessidade e utilidade das mesmas. Isto prova que as pessoas muitas
vezes não utilizam o espirito crítico e têm uma atitude passiva na vida e na
sociedade. Cada vez mais, a publicidade leva a que as pessoas não pensem no que
estão a comprar e apenas seguem os conselhos transmitidos pelos anúncios. A
sociedade atual, impõe determinados estereótipos aos quais as pessoas já não conseguem
fugir. Compram porque o “outro” compra, dão porque o “outro” dá. As pessoas devem
ponderar mais as suas atitudes, terem uma posição mais crítica, para que a sua
presença na sociedade não se torne monótona e apenas uma mera passagem pela vida.