Fiske analisa a capa de
uma edição da revista “seventeen” em que o público-alvo são as jovens e mulheres.
Esta edição tem como temática a domesticidade. Fiske exalta o facto destas revistas
darem importância à aparência.
Esta capa tinha como
objectivo mostrar mulher perfeita, a mulher que cozinha e prepara um enorme
jantar para toda família, uma mulher que não se suja e que permanece perfeita
apesar do trabalho que teve. Esta capa que retrata para a mulher, uma outra
mulher, leva a leitora a olhar para si através do olhar de um homem.
Apesar do texto do
autor acima referido, ter sido publicado em 1993, ainda hoje permanece actual,
tendo em conta algumas alterações na vida da mulher de hoje em dia. Hoje a
maior parte das mulheres trabalha fora de casa, ou seja tem um emprego, tem
marido, filhos e trata da casa. Nada disto é impedimento para que as revistas
de hoje continuem a representar uma mulher ideal, uma mulher em que nada
interfere na sua beleza. Cada vez mais é usual ver figuras públicas com uma
faixa etária de 40/50 anos em capas de revistas. Mulheres estas, que aparecem
sensuais e com um aspecto muito mais jovem, vendendo às leitoras da revista a
ideia que devem ser assim.
Claro que, por trás destas
ideias está associada a comparação que desde sempre foi feita entre homem e
mulher, trazendo a imagem de mulher como ser inferior. A remodelação que tem
sido feita da imagem de mulher ao longo dos tempos, serve para alterar a ideia de
ser inferior, querendo demostrar que além do trabalho, família e casa a mulher
tem tempo para ter uma boa imagem e vida social.
Na minha opinião a sociedade leva a mulher a
construir uma imagem de que consegue fazer todas as coisas acima referidas para
demonstrar que consegue fazer mais do que o homem. Isto faz com que exista uma preocupação
excessiva por parte das mulheres de demonstrarem que não são seres inferiores e
que conseguem fazer mais do que o homem.