Curioso o nome deste blogue. Todos os dias oiço estas duas palavras, por más razões, o que me tira a vontade de vir aqui escrever. Só para terem a noção, antes desta publicação estava a escrever sobre presentes de Natal.
Esse piloto, esse homem é um ladrão, ou melhor era. Com que direito esse piloto roubou as vidas dos passageiros?
Não me sai da cabeça a imagem do avião em queda e o meu tio lá dentro. Era um homem bom. Fez muito por África e em África. Era um santo, às vezes dou por mim a olhar para a palanca em pau preto que o meu tio deu à minha mãe quando fez 50 anos. Lembro-me dos Verões, lembro-me das palhaçadas, das histórias, da voz rouca, da figura importante e imponente que ele era. Diria quase reconfortante. Estar ao lado dele, o que acontecia uma vez por ano se tanto, acalmava-me.
Só gostava de o ver mais uma vez, só gostava que a Francisca, filha dele, não sofresse como está a sofrer. E tudo por causa de um piloto que, provavelmente, se queria matar. Foi um desabafo. Precisava de o ter. Agora tenho que ir para a missa do trigésimo dia da morte deste Homem de quem falo.