segunda-feira, 23 de dezembro de 2013

Oratória da Palavra como Arte.

Não é a língua que precisa de nós, mas nós que precisamos dela, nesta busca de palavras e actos em português, que vão da vida à morte.
 Precisamos das suas censuras e elogios, acusações e celebrações, do voo da voz lusitana e da recusa à sua banalização ou triste esquecimento.
Crescer até ficar a esta altura, não é tarefa fácil e exige densidade. A arte de não dizer nada que não seja urgente dizer! Falar do mero humano e chegar ao divino, do próximo ao longínquo, do conhecido ao que falta conhecer, olhar e ver da fome à abundância, e o entendimento disto.
Mais que palavras serem pedra, árvore, rio e a sua relação certa e justa com o Homem. Ver o que olhamos com beleza; ouvir o que escutamos com força, dizer o que falamos com sabedoria e ser o peregrino destes valores e destes deveres.
E que todos os direitos que sejam perfeitos!
E ser este o nosso triunfo e o nosso espaço. Deixar um legado de verdade em língua portuguesa. É esse o espanto da Lusofonia!
É este mar de palavras por descobrir, que é português. Aquele que vê este paradigma quer ver todos os paradigmas. Ser poliédrico é um pormenor, uma questão de atenção, de sequência de raciocínio e rigor moral e intelectual.
A história de Portugal e a tradução disso na língua portuguesa, são as armas e os barões assinados da antiga praia lusitana. Uma memória do passado feita aliança de um futuro. Algo que atravessa os tempos e os modos, e aí se inscreveram para a eternidade.

Devemos olhar de frente os obstáculos e a degradação deste legado, sob a forma de acordo ortográfico, que nega a história e a sua constituição.