Apesar da Indústria Cultural ser o agente primordial e essencial
na criação de uma consciência colectiva nas sociedades massificadas, a produção
da "cultura" é direccionada apenas e só para a obtenção de lucros,
sendo que na base estão os padrões de imagem cultural já pré-estabelecidos,
alcançando o interesse das massas sem solicitar o trabalho mental de carácter
crítico por parte dos espectadores. Esta indústria estimula, deste modo, uma visão
apática e acrítica do mundo, fornecendo ao público o que ele deseja, desvalorizando
o esforço pessoal e o pensamento crítico. As
pessoas são formatadas a procurar o já conhecido e já experimentado.
"O consumidor não é soberano como a
indústria cultural quer fazer crer, não é o seu sujeito, mas o seu
objecto." (Adorno, 1967)
A cultura de
massas abrange todas as fontes de informação, como a televisão, o rádio, os
jornais, as revistas, as redes sociais, e através delas intenta manipular,
influenciar e controlar a população. Portanto, os meios de comunicação exibem
só aquilo que lhes interessa, não existe divisão entre bom e mau, o único propósito
é lucrar. Hoje em dia assistimos a realidades absolutamente chocantes a esse
nível: desde programas de televisão que visam divulgar segredos macabros e
grotescos (para não dizer ridículos), com histórias e pessoas retardadas,
formatadas e extremamente anedóticas, a certos textos que lemos em revistas que
nos falam do divórcio duma e outra, ora uma que foi de férias e outra que não
quer saber dos filhos e ainda outra que traiu o marido, textos todos eles
dentro desse mesmo "feitio", ridículo, irrisório e irrelevante.
Peguemos no
exemplo mais prático e comum: a televisão. Apesar de ostentar vantagens a nível
da cultura, na medida em que oferece uma enorme cobertura geográfica, variação
de matérias e múltiplos horários, usufrui de esquemas que escapam completamente
ao consciente do espectador. Começando nos Reality
Shows, acerca dos quais o público pensa que está a participar e a
interagir, mas o que está por trás de todo o teatro, é a venda dos produtos e
marcas patrocinadoras; passando pela novelas que só transmitem futilidades e
maus exemplos, louvando o amor e a "boa vida"; acabando na quantidade
astronómica de publicidade que um canal ostenta, cerca de 15/20 minutos de
intervalo só com publicidade a carros, perfumes, brinquedos, lojas,
seguradoras, bancos, etc.
A verdade é que todos
este alarido-fútil-e-ridículo-que-não-serve-para-nada adquire o interesse das
massas, não estimulando um único neurónio, muito menos o caráter crítico da
sociedade. Chamemos a todo este processo "lavagem cerebral", quanto a
mim é o termo que melhor se encaixa. Ao fim e ao cabo, tudo serve de
instrumento a serviço do consumo, aqui e agora, Consumismo é a palavra -chave.
Todos sabemos que
o Consumismo é preciso ser combatido, todos somos contra e queremos mudar este
modo de vida, mas é fácil falar... A dificuldade está em fazer. Quem nunca se
arrependeu de ter comprado mais do que o necessário? Aquela camisola que nem é muito gira, mas que
estava a 2€ e valia a pena; ou o mp3 que é sabido que vai avariar em pouco
tempo, mas que estava tão barato que, se avariar, compra-se outro; ou o tal pack de 5 Coca-colas que nem é hábito ter lá em casa, mas como dizia
"leve 5 pague 4" foi uma boa compra; ou ainda aquela pizza congelada
que antes estava a 3€ e agora está a 2,99€...?
Durante anos e
anos, o consumismo tem sido a mola propulsora do desenvolvimento. Até quando
vai isto continuar? Quando vamos reagir e fazer algo, de uma vez por todas?
A ausência de juízo
crítico deixa-nos total e completamente alienados e manipulados pela Indústria
Cultural, que molda toda a produção artística e cultural.
Referências:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Indústria_Cultural
http://artescooper.blogspot.pt
http://www.infoescola.com/cultura/industria-cultural/
http://www.insite.pro.br/2011/Setembro/massas_industriacultural_adorno.pdf